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Noturno - Olavo Bilac

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Noturno de Olavo Bilac por Gus

Já toda a terra adormece.

Sai um soluço da flor.

Rompe de tudo um rumor,

Leve como o de uma prece.

A tarde cai. Misterioso,

Geme entre os ramos o vento.

E há por todo o firmamento

Um anseio doloroso.

Áureo turíbulo imenso,

O ocaso em púrpuras arde,

E para a oração da tarde

Desfaz-se em rolos de incenso.

Moribundos e suaves,

O vento na asa conduz

O último raio da luz

E o último canto das aves.

E Deus, na altura infinita,

Abre a mão profunda e calma,

Em cuja profunda palma

Todo o Universo palpita.

Mas um barulho se eleva...

E , no páramo celeste,

A horda dos astros investe

Contra a muralha da treva.

As estrelas, salmodiando

O Peã sacro, a voar,

Enchem de cânticos o ar...

E vão passando... passando...

Agora, maior tristeza,

Silêncio agora mais fundo;

Dorme, num sono profundo,

Sem sonhos, a natureza.

A flor-da-noite abre o cálix...

E, soltos, os pirilampos

Cobrem a face dos campos,

Enchem o seio dos vales:

Trêfegos e alvoroçados,

Saltam, fantásticos Djins,

De entre as moitas de jasmins,

De entre os rosais perfumados.

Um deles pela janela

Entre no teu aposento,

E pára, plácido e atento,

Vendo-te, pálida e bela.

Chega ao teu cabelo fino,

Mete-se nele: e fulgura,

E arde nessa noite escura,

Como um astro pequenino.

E fica. Os outros lá fora

Deliram. Dormes... Feliz,

Não ouves o que ele diz,

Não ouves como ele chora...

Diz ele: “O poeta encerra

Uma noite, em si, mais triste

Que essa que, quando dormiste,

Velava a face da terra...

Os outros saem do meio

Das moitas cheias de flores:

Mas eu saí de entre as dores

Que ele tem dentro do seio.

Os outros a toda parte

Levam o vivo clarão,

E eu vim do seu coração

Só para ver-te e beijar-te.

Mandou-me sua alma louca,

Que a dor da ausência consome,

Saber se em sonho o seu nome

Brilha agora em tua boca!

Mandou-me ficar suspenso

Sobre o teu peito deserto,

Por contemplar de mais perto

Todo esse deserto imenso!”

Isso diz o pirilampo...

Anda lá fora um rumor

De asas rufladas... A flor

Desperta, desperta o campo...

Todos os outros, prevendo

Que vinha o dia, partiram,

Todos os outros fugiram...

Só ele fica gemendo.

Fica, ansioso e sozinho,

Sobre o teu sono pairando...

E apenas, a luz fechando,

Volve de novo ao seu ninho,

Quando vê, inda não farto

De te ver e de te amar,

Que o sol descerras do olhar,

E o dia nasce em teu quarto...

Edição por Felipe Xavier

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Já toda a terra adormece.

Sai um soluço da flor.

Rompe de tudo um rumor,

Leve como o de uma prece.

A tarde cai. Misterioso,

Geme entre os ramos o vento.

E há por todo o firmamento

Um anseio doloroso.

Áureo turíbulo imenso,

O ocaso em púrpuras arde,

E para a oração da tarde

Desfaz-se em rolos de incenso.

Moribundos e suaves,

O vento na asa conduz

O último raio da luz

E o último canto das aves.

E Deus, na altura infinita,

Abre a mão profunda e calma,

Em cuja profunda palma

Todo o Universo palpita.

Mas um barulho se eleva...

E , no páramo celeste,

A horda dos astros investe

Contra a muralha da treva.

As estrelas, salmodiando

O Peã sacro, a voar,

Enchem de cânticos o ar...

E vão passando... passando...

Agora, maior tristeza,

Silêncio agora mais fundo;

Dorme, num sono profundo,

Sem sonhos, a natureza.

A flor-da-noite abre o cálix...

E, soltos, os pirilampos

Cobrem a face dos campos,

Enchem o seio dos vales:

Trêfegos e alvoroçados,

Saltam, fantásticos Djins,

De entre as moitas de jasmins,

De entre os rosais perfumados.

Um deles pela janela

Entre no teu aposento,

E pára, plácido e atento,

Vendo-te, pálida e bela.

Chega ao teu cabelo fino,

Mete-se nele: e fulgura,

E arde nessa noite escura,

Como um astro pequenino.

E fica. Os outros lá fora

Deliram. Dormes... Feliz,

Não ouves o que ele diz,

Não ouves como ele chora...

Diz ele: “O poeta encerra

Uma noite, em si, mais triste

Que essa que, quando dormiste,

Velava a face da terra...

Os outros saem do meio

Das moitas cheias de flores:

Mas eu saí de entre as dores

Que ele tem dentro do seio.

Os outros a toda parte

Levam o vivo clarão,

E eu vim do seu coração

Só para ver-te e beijar-te.

Mandou-me sua alma louca,

Que a dor da ausência consome,

Saber se em sonho o seu nome

Brilha agora em tua boca!

Mandou-me ficar suspenso

Sobre o teu peito deserto,

Por contemplar de mais perto

Todo esse deserto imenso!”

Isso diz o pirilampo...

Anda lá fora um rumor

De asas rufladas... A flor

Desperta, desperta o campo...

Todos os outros, prevendo

Que vinha o dia, partiram,

Todos os outros fugiram...

Só ele fica gemendo.

Fica, ansioso e sozinho,

Sobre o teu sono pairando...

E apenas, a luz fechando,

Volve de novo ao seu ninho,

Quando vê, inda não farto

De te ver e de te amar,

Que o sol descerras do olhar,

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