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França: "Jornalismo de proximidade tem sido a chave para o sucesso do LusoJornal"

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O LusoJornal, diário que se dedica à cobertura de jornalística ligada à comunidade lusófona em França, comemora neste mês de Setembro 20 anos de existência. Em entrevista à RFI, o fundador e director do LusoJornal, Carlos Pereira, fala das transformações do jornal, ao longo das duas décadas, e sublinha que o jornalismo de proximidade tem sido a chave para o sucesso.

RFI: Como surge a ideia de lançar um jornal dedicado à comunidade portuguesa em França?

Carlos Pereira, fundador e director do LusoJornal: O que nós tínhamos- há 20 anos- eram jornais mensais que falavam essencialmente do movimento associativo português em França. Jornais que iam buscar informação às associações e onde era depois distribuído. Todavia, [quando avançamos com o projecto] achamos que havia lugar para passar a um ritmo semanal, com informação que iria para além do movimento associativo. Lançamos este desafio, o de ir buscar os portugueses ou outros lusófonos ligados a Portugal, ou aos outros países de língua portuguesa, com uma história interessante e que os pudéssemos entrevistar.

Nessa altura, tínhamos a informação de que havia à volta de 10% dos portugueses que frequentavam as associações e o nosso desafio era ir buscar os outros 90%. Ou seja, aqueles que não frequentavam as associações.

Como foi chegar a essas outras pessoas? O jornal teve de se adaptar?

É um trabalho de formiga. Ir buscar um português que está na área do teatro e ele vai partilhar a informação, fazendo com que cheguemos até outros portugueses. Muitas vezes, o que acontece, são as pessoas que entrevistamos que nos sugerem outras entrevistas, outro português que está ligado ao cinema, à pintura ou à política. Hoje mostramos que há portugueses em todas as áreas e que há também portugueses em todas as áreas geográficas da França.

Há 20 anos não havia as ferramentas que existem hoje. Considera que é mais fácil trabalhar hoje?

O mundo mudou muito e nós temos uma concorrência muito grande nas redes sociais. Quando começamos era uma evidência passar a semanário, mas mais tarde decidimos que o LusoJornal passaria a diário. Tínhamos consciência que a informação circulava muito mais rápido. Hoje, o Lusojornal é um diário, mas deixamos de ter um jornal em papel , optando pela versão online. Quando fizemos essa escolha devíamos ter mais ou menos uns 40 mil leitores. Neste momento, devemos ter uns cerca de 210 mil…

Conseguem chegar a um público maior?

Sim e a um público muito mais diverso. Sabemos que temos um público muito heterogéneo. Há muita gente da primeira geração –sabemos porque nos chegam muitas vezes informações de pessoas que nos questionam sobre o facto de falarmos de determinados assuntos, como grupo de folclore, de um determinado grupo político e não falamos de outros- [mas também chegamos a outros portugueses].

Como é feita a escolha editorial?

A escolha editorial é a mesma desde o primeiro dia. A nossa missão é falar da vida dos portugueses, dos lusófonos que vivem em França e da relação entre a França e os países lusófonos. Essa é a nossa linha editorial e não mudamos um só centímetro. No fundo, falamos do que não falam os outros jornais. Um jornal francês não vai falar especificamente dos portugueses porque são portugueses. Ou um jornal em Portugal não vai falar dos portugueses de França.

Muitas vezes até passa despercebido e nós falamos desta comunidade que não é uma comunidade, mas sim um conjunto de muitas comunidades. É isso que faz, se puder falar em sucesso, o nosso sucesso. É isto que faz com que as pessoas partilhem a nossa informação, uma vez que não a encontram noutros sítios. A primeira entrevista, a descoberta, digamos assim, passa muitas vezes por nós. Andamos à procura deles e falar deles e de falar do pulsar da comunidade. Essa é uma missão que nós nos auto atribuímos.

Ao longo dos anos, foram muitos os jornais que tiveram de se adaptar. Falou aqui na questão de ter deixado de haver LusoJornal em papel e passar a haver online. Que outras mudanças tiveram de ser feitas ao longo destes 20 anos?

Infelizmente, o COVID veio trazer-nos alguns problemas financeiros. Hoje, o nosso grande desafio é retomar uma actividade normal. No jornal temos a particularidade de ter-ao mesmo tempo-uma equipa profissional muito pequena, que reduziu bastante com o Covid, e uma equipa amadora, pessoas que não são profissionais, que não são jornalistas, não têm carteira profissional, mas que escrevem bem.

Este misto -entre uma equipa profissional e uma equipa amadora- sempre nos caracterizou. Todavia, devido às dificuldades financeiras, a parte profissional tem vindo a ser reduzida, mantendo uma grande parte da equipa amadora, que espero ainda guardar. O nosso desafio agora é de desenvolver uma área comercial-que não temos sabido desenvolver ao longo dos anos e que é que vai ser preciso pô-la aí a trabalhar. Isto porque sem a área comercial o jornal não pode viver. Trata-se de um jornal gratuito e que vive unicamente da publicidade. Se não vender publicidade, o jornal não existe.

Lembra-se da notícia que mais o marcou ao longo destes 20 anos?

Essa é uma pergunta muito difícil… Quando, nas últimas eleições autárquicas, aqui em França, demos a notícia de que havia cerca de 8 mil luso-eleitos, não se sabe muito bem quantos são, mas andará por aí. Eu achei que nós demos um contributo muito grande, já que a nossa primeira notícia sobre os luso-eleitos era de que havia 320 ou 330. Considero que, ao longo dos anos, contribuímos para que esse número crescesse. Evidentemente que ainda poderia haver ainda muito mais; esse é outro debate. Mas o facto de passar de 300 a 8000 em poucos anos, em 20 anos, foi também um pouco resultado do nosso trabalho. Na altura, essa notícia fez-nos, pelo menos, falar bastante numa reunião de redacção sobre esse assunto, pensar que a nossa contribuição foi importante nesta matéria.

Os atentados de Paris-13 de Novembro de 2015 ficam para a história da França como um período sombrio. Como foi feita a cobertura deste episódio?

Quando foi anunciado o primeiro morto, em frente ao Stade de France, nós conhecíamos a filha do senhor que morreu. Naquela altura “pusemos a máquina a funcionar” e fomos directamente falar com a pessoa que sofria mais naquela altura, porque tinha perdido o pai. E isto também é um pouco resultado de um jornal de proximidade.

O LusoJornal comemora 20 anos de existência. Que balanço faz deste projecto?

Faço um balanço positivo. Isto tem sido uma aventura. Se fosse recomeçar agora, talvez pensasse duas vezes, mas altura não tive muito tempo para pensar. Era novo demais para isso.

Quando começamos, muito pouca gente acreditava neste projecto. Diziam que não existiam assim tantas notícias, que não se faziam um trabalho jornalístico num jornal gratuito. Defendiam que o jornal tinha que ser pago, vendido, senão não tinha qualidade. E isto tudo foi por água abaixo. Hoje ninguém pensa nisso.

Sei que continuamos a ser um jornal pequeno, mas na nossa dimensão, na nossa área, queremos ser bons e, sonhamos com isso. Temo-nos batido para isso-numa área muito específica que é a das comunidades portuguesas em França e só em França, porque não actuamos nos outros países. Achamos que já há matéria suficiente e é aqui que nós queremos fazer jornalismo.

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RFI: Como surge a ideia de lançar um jornal dedicado à comunidade portuguesa em França?

Carlos Pereira, fundador e director do LusoJornal: O que nós tínhamos- há 20 anos- eram jornais mensais que falavam essencialmente do movimento associativo português em França. Jornais que iam buscar informação às associações e onde era depois distribuído. Todavia, [quando avançamos com o projecto] achamos que havia lugar para passar a um ritmo semanal, com informação que iria para além do movimento associativo. Lançamos este desafio, o de ir buscar os portugueses ou outros lusófonos ligados a Portugal, ou aos outros países de língua portuguesa, com uma história interessante e que os pudéssemos entrevistar.

Nessa altura, tínhamos a informação de que havia à volta de 10% dos portugueses que frequentavam as associações e o nosso desafio era ir buscar os outros 90%. Ou seja, aqueles que não frequentavam as associações.

Como foi chegar a essas outras pessoas? O jornal teve de se adaptar?

É um trabalho de formiga. Ir buscar um português que está na área do teatro e ele vai partilhar a informação, fazendo com que cheguemos até outros portugueses. Muitas vezes, o que acontece, são as pessoas que entrevistamos que nos sugerem outras entrevistas, outro português que está ligado ao cinema, à pintura ou à política. Hoje mostramos que há portugueses em todas as áreas e que há também portugueses em todas as áreas geográficas da França.

Há 20 anos não havia as ferramentas que existem hoje. Considera que é mais fácil trabalhar hoje?

O mundo mudou muito e nós temos uma concorrência muito grande nas redes sociais. Quando começamos era uma evidência passar a semanário, mas mais tarde decidimos que o LusoJornal passaria a diário. Tínhamos consciência que a informação circulava muito mais rápido. Hoje, o Lusojornal é um diário, mas deixamos de ter um jornal em papel , optando pela versão online. Quando fizemos essa escolha devíamos ter mais ou menos uns 40 mil leitores. Neste momento, devemos ter uns cerca de 210 mil…

Conseguem chegar a um público maior?

Sim e a um público muito mais diverso. Sabemos que temos um público muito heterogéneo. Há muita gente da primeira geração –sabemos porque nos chegam muitas vezes informações de pessoas que nos questionam sobre o facto de falarmos de determinados assuntos, como grupo de folclore, de um determinado grupo político e não falamos de outros- [mas também chegamos a outros portugueses].

Como é feita a escolha editorial?

A escolha editorial é a mesma desde o primeiro dia. A nossa missão é falar da vida dos portugueses, dos lusófonos que vivem em França e da relação entre a França e os países lusófonos. Essa é a nossa linha editorial e não mudamos um só centímetro. No fundo, falamos do que não falam os outros jornais. Um jornal francês não vai falar especificamente dos portugueses porque são portugueses. Ou um jornal em Portugal não vai falar dos portugueses de França.

Muitas vezes até passa despercebido e nós falamos desta comunidade que não é uma comunidade, mas sim um conjunto de muitas comunidades. É isso que faz, se puder falar em sucesso, o nosso sucesso. É isto que faz com que as pessoas partilhem a nossa informação, uma vez que não a encontram noutros sítios. A primeira entrevista, a descoberta, digamos assim, passa muitas vezes por nós. Andamos à procura deles e falar deles e de falar do pulsar da comunidade. Essa é uma missão que nós nos auto atribuímos.

Ao longo dos anos, foram muitos os jornais que tiveram de se adaptar. Falou aqui na questão de ter deixado de haver LusoJornal em papel e passar a haver online. Que outras mudanças tiveram de ser feitas ao longo destes 20 anos?

Infelizmente, o COVID veio trazer-nos alguns problemas financeiros. Hoje, o nosso grande desafio é retomar uma actividade normal. No jornal temos a particularidade de ter-ao mesmo tempo-uma equipa profissional muito pequena, que reduziu bastante com o Covid, e uma equipa amadora, pessoas que não são profissionais, que não são jornalistas, não têm carteira profissional, mas que escrevem bem.

Este misto -entre uma equipa profissional e uma equipa amadora- sempre nos caracterizou. Todavia, devido às dificuldades financeiras, a parte profissional tem vindo a ser reduzida, mantendo uma grande parte da equipa amadora, que espero ainda guardar. O nosso desafio agora é de desenvolver uma área comercial-que não temos sabido desenvolver ao longo dos anos e que é que vai ser preciso pô-la aí a trabalhar. Isto porque sem a área comercial o jornal não pode viver. Trata-se de um jornal gratuito e que vive unicamente da publicidade. Se não vender publicidade, o jornal não existe.

Lembra-se da notícia que mais o marcou ao longo destes 20 anos?

Essa é uma pergunta muito difícil… Quando, nas últimas eleições autárquicas, aqui em França, demos a notícia de que havia cerca de 8 mil luso-eleitos, não se sabe muito bem quantos são, mas andará por aí. Eu achei que nós demos um contributo muito grande, já que a nossa primeira notícia sobre os luso-eleitos era de que havia 320 ou 330. Considero que, ao longo dos anos, contribuímos para que esse número crescesse. Evidentemente que ainda poderia haver ainda muito mais; esse é outro debate. Mas o facto de passar de 300 a 8000 em poucos anos, em 20 anos, foi também um pouco resultado do nosso trabalho. Na altura, essa notícia fez-nos, pelo menos, falar bastante numa reunião de redacção sobre esse assunto, pensar que a nossa contribuição foi importante nesta matéria.

Os atentados de Paris-13 de Novembro de 2015 ficam para a história da França como um período sombrio. Como foi feita a cobertura deste episódio?

Quando foi anunciado o primeiro morto, em frente ao Stade de France, nós conhecíamos a filha do senhor que morreu. Naquela altura “pusemos a máquina a funcionar” e fomos directamente falar com a pessoa que sofria mais naquela altura, porque tinha perdido o pai. E isto também é um pouco resultado de um jornal de proximidade.

O LusoJornal comemora 20 anos de existência. Que balanço faz deste projecto?

Faço um balanço positivo. Isto tem sido uma aventura. Se fosse recomeçar agora, talvez pensasse duas vezes, mas altura não tive muito tempo para pensar. Era novo demais para isso.

Quando começamos, muito pouca gente acreditava neste projecto. Diziam que não existiam assim tantas notícias, que não se faziam um trabalho jornalístico num jornal gratuito. Defendiam que o jornal tinha que ser pago, vendido, senão não tinha qualidade. E isto tudo foi por água abaixo. Hoje ninguém pensa nisso.

Sei que continuamos a ser um jornal pequeno, mas na nossa dimensão, na nossa área, queremos ser bons e, sonhamos com isso. Temo-nos batido para isso-numa área muito específica que é a das comunidades portuguesas em França e só em França, porque não actuamos nos outros países. Achamos que já há matéria suficiente e é aqui que nós queremos fazer jornalismo.

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